quarta-feira, 4 de julho de 2012

Conversão sem transformação


O Censo 2010, divulgado semana passada pelo IBGE, comprova o crescimento evangélico no Brasil. O segmento arrebanha 22% da população, mais de 40 milhões de pessoas. Segundo projeções estatísticas, em três décadas os evangélicos serão em maior número que os católicos no Brasil. Isso se continuar mantendo o mesmo volume de crescimento das últimas décadas.
Com tantos evangélicos nas ruas, por que nossa sociedade não demonstra traços de transformação? Olhe a mídia, a notícia, a vida. Para a direção que olharmos veremos o aumento do álcool, da droga, da violência, da injustiça, da inveja, da fofoca, do materialismo, da mentira, da falsidade, da pirataria, da trapaça, da traição, da exploração, da imoralidade, da promiscuidade, da sacanagem. Onde foram parar a luz para iluminar e o sal para salgar?
Frustradamente, o que temos assistido é um volume cada vez maior de conversão sem transformação. Na Bíblia, a autêntica conversão é reconhecida pelo necessário arrependimento. Hoje não! Dá para se converter sem qualquer tipo de arrependimento, portanto sem nada de transformação. Tristemente estamos assistindo um evangelho que quer perdoar todas as adúlteras, mas não tem mais coragem de dizer: Vá, e não peques mais!
Adúlteros somos todos nós. Sempre que diminuímos as exigências do Santo, sempre que relativizamos a Palavra, sempre que farisaísticamente colocamos cargas pesadas para os outros carregarem e totalmente leves para nós mesmos, sempre que achamos normal uma vida dupla, enfim, sempre que tudo isso e mais um pouco passa fácil em nossos auto-exames frente a ceia, e tudo termina com pão e vinho sem qualquer contrição ou arrependimento, somos sim todos adúlteros. Pois sem a devida transformação a gente vai pecando mais, mentindo mais, enganando mais.
Que tipo de evangélicos somos? Que tipo seremos? Qual nossa identificação com o crucificado, morto e ressuscitado? Que sociedade aguarda nossos filhos? Responder adequadamente essas perguntas é urgente para convertidos que precisam se transformar. E transformados que precisam se converter.
Paz!

por Edmilson Mendes
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